No dia 14 de Janeiro de 1925, o pecuarista Juscelino Ferreira Guimarães adquire dos seguintes: Antônio Corrêa de Oliveira, que outrora assinava Antônio Corrêa Bueno, viúvo; Salustiano Dias Corrêa e sua mulher Jovelina Francisca de Paula; Domenciano Antônio Corrêa e sua mulher Sebastiana Maria Corrêa, os direitos de posse "Pouso Alto", localizado na fazenda de mesmo nome, pelo valor de Rs 2:000$000 pagos em moeda corrente no ato da compra. Tal aconteceu na cidade de Três Lagoas, na presença do tabelião Felippe Nery Monteiro, onde constam a descrição dos vizinhos da propriedade: sendo por baixo com Joaquim Duarte e de outros lados com José Pereira e Manoel Duarte.
No mesmo dia, contratou-se o advogado Dr. Generoso Alves de Siqueira, e o agrimensor João Augusto Cândido Waack, para medição da dita propriedade. Ao todo, como já dito nesse blog, somou-se uma área de 27.663 hectares, pagando-se o valor de Rs 27:397$680 pelo requerimento ao Estado. Nesse período, Juscelino e sua esposa Antônia Ferreira de Mello, mudaram-se para a fazenda Pouso Alto, na antiga casa-sede construída em 1856 de pau-a-pique.
É no ambiente simples do campo que criaram os seus dez filhos, ergueram uma escola de sapê para estudar as crianças da região, transformando-se em embrião da actual escola municipal do Pouso Alto. Em 1936 doou-se uma área de 3.600 hectares para constituir-se um povoado, sendo os restantes 12.063 hectares para criação de gado, divididas em área de cultivo agrícola e criação de bovinos. Por ali, a maioria dos filhos de Juscelino e Antônia estabeler-se-iam, formando famílias e gerando outra geração dos Guimarães, quase todos nascidos no Pouso Alto.
Hoje em dia, a maior parte da família mudou-se para outras cidades, com destaques para Três Lagoas e Campo Grande. No entanto, alguns ainda permanecem no Pouso Alto, distrito fundado pelo venerável patriarca. É nesse clima de orgulho que muitos comemoram o feito da compra da propriedade, que deu nome ao povoado, maior realização do escrivão Juscelino Guimarães e de sua esposa Antônia de Mello. Aliás, isso também deve ser motivo de regozijo para os pouso-altenses, que devem ao astuto desbravador e criador de gado a vila onde moram.
Que a memória dos pioneiros e desbravadores do Pouso Alto e da região do Alto Sucuriú, não seja esquecida pelas gerações mais novas. A história é um património imaterial que deve ser preservado pela sociedade civil, indo muito além de um orgulho dos descendentes das famílias mais elevadas da região.
*Texto escrito por Rudi Guimarães, bisneto do casal fundador do Pouso Alto, historiador pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, residindo atualmente em Matosinhos, Portugal.
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