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Mizael Ferreira de Mello (Misael Paulino da Costa) |
Mizael Ferreira de Mello foi batizado na Vila de Sant'Anna do Paranahyba (atuaL Paranaíba, MS) em 25 de fevereiro de 1872, era filho de Antônio Paulino da Costa (filiação: Agostinho Paulino da Costa e Severina Maria Ferreira de Mello) e Maria Rita do Espírito Santo (filiação: Rafael Ferreira de Mello e Elena Antônia da Conceição), portanto neto duas vezes do desbravador João Ferreira de Mello que recebeu o Campo Triste (140 mil alqueires) como sua Sesmaria pelo governo.
Nascido em uma família tradicional, foi um próspero criador de gado, acumulando uma grande manada de gado vacum, herdando também jóias e parte de terras no Campo Triste e no Ariranha. O pai de Mizael, o fazendeiro Antônio Paulino da Costa, destacou-se no processo de instalação da sua família na região, trabalhando conjuntamente com os seus cunhados e o Cel. Antônio Trajano no desbravamento e colonização do grande sertão bravio.
Tornou-se orfão de mãe com apenas cinco anos de idade, tendo como madrasta a Dona Anna Garcia de Freitas, prima de sua mãe e filha de seu tio-avô Anicézio Ferreira de Mello (duas vezes), estreitando-se laços familiares com a irmã de sua madrasta Maria Lucinda Garcia de Freitas e Antônio Trajano, seu marido, tempos depois, desposando a filha primogénita do casal, Olímpia Pereira dos Santos.
Sendo muito comum os casamentos consanguíneos no Sertão, motivados pelo pouco número de famílias com distinção na região. Portanto, para manter o casamento entre os iguais, optava-se pelo casamento entre os primos, inclusive, para que as propriedades se mantivesse entre os membros da mesma família.
Era muito abastado, chegou a criar na base de 2.000 reses na região do Brioso, também chegou a comprar terras no Cangalha, pagando o valor de Rs 1:600$000 em posse na região do Cangalha, de seu primo Ernesto Garcia Leal; em 1911 compra parte de terras na mesma região, de José Antônio Soares por Rs 200$000, frações internas da Fazenda Bananal da Boa Vista, com destaque para a parte adquirida de Ernesto, que possuía benfeitorias como, casa coberta de capim, monjolo, currais de madeira branca, mais paiol coberto.
Com a morte de sua esposa, seus filhos foram criados com os seus sogros, o Cel. Antônio Trajano dos Santos e Dona Maria Lucinda Garcia de Freitas, na Fazenda Córrego Fundo no Alto Sucuriú.
Mizael não parou por aí, ambicioso, adquiriu do Senador Victorino Monteiro e outros, uma área de terras conhecida como ''Rio Verde'' no então município de Sant'Anna do Paranahyba. Ao lado, estava também Silvério Garcia Tosta, que comprou lote na região, buscando regularizar suas respectivas situações pagando-lhes o valor de Rs 3$000 cada hectare dos lotes assim requeridos.
Em 28 de junho de 1919 sai o título provisório da Fazenda Barra Mansa de 23.301 hectares a beira do Rio Verde com o Ribeirão Barra Mansa, onde passou a habitar depois parte de sua prole até sua morte que foi prematura, cuja tradição oral preserva:
Misael, saiu como de costume para o Mangueiro ver seus animais, quando ao abrir acabou caindo e tendo um ataque cardíaco que o derrubou frente aos seus empregados, que assustados saíram para o acudir, mas sendo tarde ali mesmo veio falecer com menos de 50 anos de idade, deixando então cinco filhos.
Com tamanha tristeza, ele também não conseguiu ver a desgraça que viria, a desapropriação de suas terras pelo Estado com restituição da primeira parcela paga da Fazenda que tanto trabalhou para ter junto a sua fortuna. Segundo tradição familiar, deixou a Fazenda Barra Mansa de 23.301 hectares, e cerca de um pouco mais de 600 reses, e mais de 20 cavalos e éguas (considerando as duas variáveis juntas) para cada um dos seus cinco filhos vivos.
Não sabemos ao certo, se a Fazenda Bananal da Boa Vista, localizada na Região do Cangalha foi colocada junta ao Inventário, nem mesmo quanto media a sua área, haja vista, que posses não tinham títulos definitivos acabavam não tendo áreas mensuradas muitas das vezes.
DESCENDÊNCIA
1-ANTÔNIA FERREIRA DE MELLO:
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Antônia Ferreira de Melo |
Nascida em Novembro de 1906 na região de Três Lagoas, era a primogênita do casal Misael e Olympia, tendo seu nome muito conhecido pelo seu casamento com um goiano, que foi seminarista em Uberaba, Juscelino Ferreira Guimarães, que fundou o distrito de Pouso Alto.
Ambos quando se casarem moraram por um tempo na Barra Mansa, onde tiveram o seu filho João Ferreira Guimarães em 23 de junho de 1923, e lá permaneceram até se mudarem em 1925 para a posse do Pouso Alto, onde requereram, recebendo título definitivo em 1927. Lá se instalaram definitivamente, fazendo história, criando o restante dos seus filhos.
Na sede da fazenda encontrava-se o Cartório da região, desmembrando 3.600 hectares para fundar um distrito de nome Pouso Alto, construíram ali uma Escola de tábuas, coberta com telhas francesas, além de doarem um Santo de devoção a capela. Faleceu em 2 de julho de 1994 em Três Lagoas, sendo a última filha a falecer.
Na altura morava com a sua filha Ivonilda Ferreira Guimarães, no bairro Interlagos, bem longe da sua Fazenda que na época já havia sido doada aos seus dez filhos.
2-ISABEL FERREIRA DOS SANTOS: Conhecemos o facto do seu nascimento, porém, não viveu muitos anos, vindo então a falecer ainda muito pequena.
3-LAZARA COSTA: Nascida na região de Três Lagoas, casou-se muito jovem com o gaúcho Fidelis Lacerda Ramos, com quem teve os seguintes filhos:
a - Maria Isabel da Costa Ramos que casou-se com Protazio Martins Nogueira, deixando descendência.
b - Olímpia da Costa Ramos que casou-se com Adelino Cândido Alves, deixando descendência.
c - Eulália da Costa Ramos que casou-se com o baiano João Prado da Silva, dono de uma pequena fazenda próximo ao distrito do Pouso Alto, deixando descendência.
Lázara veio a falecer no dia 14 de fevereiro de 1923, a primeira das filhas a chegar na idade adulta a falecer, segundo consta no parto de Eulália.
4 - LEONOR FERREIRA DE MELLO: Casou-se com Areolino Ferreira Ottoni, e residiu por um tempo na Fazenda Pouso Alto como consta no Inventário de Antônio Trajano, indo depois morar na Fazenda Pasto Ruim, próximo ao Chapadão do Céu, propriedade está que teve o tamanho aproximado de 6.000 hectares segundo relato familiar.
Quando a região de Chapadão do Sul prosperou, um aviador e o idealizador da cidade vendeu lotes de propriedades sem que de facto tivesse permissão, uma destas áreas pertencia a Leonor, que fora ilegalmente vendida a três famílias do sul do Brasil. Os enganados, furiosos, adentraram na propriedade e causaram grande tormento, matando um dos seus filhos. Essa injustiça jamais foi reparada, e essa ação resultou no empobrecimento da família.
Ambos quando se casarem moraram por um tempo na Barra Mansa, onde tiveram o seu filho João Ferreira Guimarães em 23 de junho de 1923, e lá permaneceram até se mudarem em 1925 para a posse do Pouso Alto, onde requereram, recebendo título definitivo em 1927. Lá se instalaram definitivamente, fazendo história, criando o restante dos seus filhos.
Na sede da fazenda encontrava-se o Cartório da região, desmembrando 3.600 hectares para fundar um distrito de nome Pouso Alto, construíram ali uma Escola de tábuas, coberta com telhas francesas, além de doarem um Santo de devoção a capela. Faleceu em 2 de julho de 1994 em Três Lagoas, sendo a última filha a falecer.
Na altura morava com a sua filha Ivonilda Ferreira Guimarães, no bairro Interlagos, bem longe da sua Fazenda que na época já havia sido doada aos seus dez filhos.
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Sede da Fazenda Pouso Alto |
2-ISABEL FERREIRA DOS SANTOS: Conhecemos o facto do seu nascimento, porém, não viveu muitos anos, vindo então a falecer ainda muito pequena.
3-LAZARA COSTA: Nascida na região de Três Lagoas, casou-se muito jovem com o gaúcho Fidelis Lacerda Ramos, com quem teve os seguintes filhos:
a - Maria Isabel da Costa Ramos que casou-se com Protazio Martins Nogueira, deixando descendência.
b - Olímpia da Costa Ramos que casou-se com Adelino Cândido Alves, deixando descendência.
c - Eulália da Costa Ramos que casou-se com o baiano João Prado da Silva, dono de uma pequena fazenda próximo ao distrito do Pouso Alto, deixando descendência.
Lázara veio a falecer no dia 14 de fevereiro de 1923, a primeira das filhas a chegar na idade adulta a falecer, segundo consta no parto de Eulália.
4 - LEONOR FERREIRA DE MELLO: Casou-se com Areolino Ferreira Ottoni, e residiu por um tempo na Fazenda Pouso Alto como consta no Inventário de Antônio Trajano, indo depois morar na Fazenda Pasto Ruim, próximo ao Chapadão do Céu, propriedade está que teve o tamanho aproximado de 6.000 hectares segundo relato familiar.
Quando a região de Chapadão do Sul prosperou, um aviador e o idealizador da cidade vendeu lotes de propriedades sem que de facto tivesse permissão, uma destas áreas pertencia a Leonor, que fora ilegalmente vendida a três famílias do sul do Brasil. Os enganados, furiosos, adentraram na propriedade e causaram grande tormento, matando um dos seus filhos. Essa injustiça jamais foi reparada, e essa ação resultou no empobrecimento da família.
Com o seu consócio com Areolino, deixou a seguinte descendência: Teófilo, Silvio, Olímpia e Ester.
5 - BATISTINA FERREIRA DE MELLO: Nasceu em 1912 na região de Três Lagoas, e acabou por se casar com 16 anos de idade com Dirceu Leal de Azambuja, que era filho de Filadelfo Ribeiro de Azambuja e Levina Garcia Leal, sendo portanto parentes um do outro.
Batistina, seguiufez um entrelaço que já vinha sendo construído em comum na sua família, seu tio materno Sebastião Garcia dos Santos, havia se casado com Olyria Leal de Azambuja, que eram residentes e proprietários da Fazenda Mimoso, que contava com 37 mil hectares a época.
Segundo relatos, ela e seu marido tiveram posse da Fazenda da Ponte, residindo depois no centro de Três Lagoas, memória está preservada por sua sobrinha-neta Maria Aparecida Guimarães, sua que recorda com alegria da mesma.
Tiveram por filhos; Clodomiro Ferreira Azambuja, Aparecida Ferreira Azambuja, Valter Ferreira Azambuja e Milton Ferreira Azambuja.
Faleceu em 1 de janeiro de 1986, em Três Lagoas.
6 - JORGE COSTA: Nasceu em 25 de junho de 1914, em
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Enedina Ottoni e Jorge Costa |
Sua Fazenda contava com uma Marcenaria, que aproveitou-se da abundância de madeira para construir uma bela sede totalmente planeada, casas de funcionários e um grande mangueiro, cercas para separação de pastos, tornando-se a propriedade mais bem montada da região do Alto Sucuriú.
O casal teve dois filhos; Ronaldo Antônio Ottoni Costa e Regina Lúcia Ottoni Costa, ambos se formaram em São Paulo e por um tempo viveram no bairro Higienópolis.
Fica registrado a homenagem à um dos grandes desbravadores, muito pouco conhecido, que participou activamente da história e do desbravamento de regiões nos municípios de Água Clara, Três Lagoas e Paraíso das Águas.
FONTE:
Legitimação da posse da Bananal da Boa Vista, 1915.
Comarca de Três Lagoas, 1919.
Inventário de Maria Lucinda de Freitas. 1927.
Inventário de Antônio Trajano dos Santos, 1935.
Memória Oral:
Arrudes Ferreira Guimarães
Adelaide Teodora dos Santos
João Ferreira Guimarães
Maria Aparecida Guimarães
Alancardec Teodoro da Fonseca
Ronaldo A. Ottoni Costa
Regina L. Ottoni Costa
Legitimação da posse da Bananal da Boa Vista, 1915.
Comarca de Três Lagoas, 1919.
Inventário de Maria Lucinda de Freitas. 1927.
Inventário de Antônio Trajano dos Santos, 1935.
Memória Oral:
Arrudes Ferreira Guimarães
Adelaide Teodora dos Santos
João Ferreira Guimarães
Maria Aparecida Guimarães
Alancardec Teodoro da Fonseca
Ronaldo A. Ottoni Costa
Regina L. Ottoni Costa
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